
Foto de Fernando Gomes
O dia já estava claro em Porto Alegre quando Remedios, a Bela, matou de paixão um forasteiro que a espiava tomando banho em Macondo. O tragicômico episódio, envolvendo a filha da terceira geração dos Buendía, causou risinhos descontraídos entre o pequeno grupo de leitores que permanecia no Centro Municipal de Cultura na manhã de ontem, mais de 15 horas depois que a obra de Gabriel García Márquez começou a ser contada.
Entre os sobreviventes de uma turma de quase 500 pessoas que passaram pelo saguão do CMC e se revezaram na leitura do livro, estavam Barbara Nicolaiewsky e Luciano Marques. Ela prometia:
– Não vou largar agora para qualquer um ler, não. Se fiquei até agora, vou querer gente que tenha o mesmo empenho.
Assim como a maioria dos participantes, Barbara e Luciano nunca completaram a leitura do livro. Para eles, a maratona era uma maneira de preencher essa lacuna – com direito a leituras em espanhol e intervenções artísticas baseada na história. Mesmo motivo, por sinal, que levou a fisioterapeuta Denise Xavier Lopes a beber hectolitros de café em h

– Até tentei dar uma lida antes de vir pra cá, mas decidi que seria aqui a minha primeira leitura. E está sendo ótimo – garantiu Denise, olhos semicerrados, às 9h30min de ontem.
O ambiente – de início um tanto formal, incluindo a presença do prefeito José Fogaça, com leituras em um púllpito – tomou ares de roda de chimarrão em sua reta final. E nela, valorosos novos leitores começaram a chegar para assistir à derrocada da idílica Macondo.
Foto de Jefferson Botega
A próxima maratona, marcada para 29 de maio, terá sua obra escolhida pelo público (mais informações nos fones 3289-8070 e 3289-8071).
Sem dó dos participantes, a estudante de Letras da UFRGS Grace Costa já tem seu catatau favorito:
– Gostaria de Crime e Castigo, do Dostoiévski, para fazermos uma verdadeira rave literária – sugere a estudante.
GUSTAVO BRIGATTI - Zero Hora - 24/04/2009
Nenhum comentário:
Postar um comentário